sábado, 28 de março de 2015

Crônica: O choro que inunda a face.

     Autoria do texto: Sérgio Luiz de Mello

   
Créditos da imagem: Bruno Fracaro Barros


     Isolada estava no mundo, perdida no espaço e no tempo, assim estava Lia, depois da despedida.
 Não conseguia imaginar que o romance entre ela e Pedro havia terminado, agora sentia o banhar quente  das lágrimas sob a sua face juvenil, ninguém a poderia consolar, pois, o coração batia dolorosamente  aumentava-lhe a dor, a desilusão e a esperança de ser feliz mais uma vez.
    Pedro jurava-lhe amores eternos e os fixava por meio de longos abraços e beijos, o que de certa forma aumentava a confiança naquele primeiro amor juvenil e fazia de Lia a moça mais feliz da pequena Piraju, interior de São Paulo.
   Certo dia, Pedro com ares de perturbação, encontrou-se com Lia na pracinha próxima ao centro e começou o seu duro discurso:
    --- Lia, meu doce, meu anjo lindo!! Quero que me escutes e somente depois, me condenes, pois, já não posso mais esconder o que sinto. Tenho que abrir-lhe o meu coração!
    --- Pois diga logo, Pedro!! O que tendes a falar-me não o oculteis, porque já vejo em teus olhos que não me amas!! Tens outra!! É a outra!! Tenho certeza!!
    --- Escutes pelo menos!! Sejas racional!! Não te quero mal!!
    --- Podes não me querer o mal, tampouco o bem!!
    --- Por favor querida!!
    --- Cala-te!! Fales o meu nome!! Já deixei de ser a tua querida!!
    --- Amor, perdoa a minha fraqueza...
    --- Sem mais uma palavra!! Poem-te a caminho para longe da minha vida!! Não temos mais nada a tratar um com o outro!!
    --- Pode até ser!! Mas deixa eu te falar o que realmente aconteceu!! Estava no meu momento de fraqueza e minha emoções me enganaram!! Nunca pensei em te trair!! Amo-te de coração!! Me perdoa amor!!
     --- Sejas HOMEM!! Suma da minha frente!!
     --- Posso até te atender, mas eu quero ainda dizer...
     Neste momento, ouviu-se um estalar de um tapa no rosto. As marcas do dedo na face de Pedro selaram o fim de um romance que tinha tudo para ser eterno.
    Ao perceber o que acontecera, Lia viu Pedro sumir no final da esquina. As lágrimas quentes inundaram-lhe a face. No entanto, sentiu um alívio na alma e pensou: --- Estou viva!! O que importa!!
   Enxugou o rosto e caminhou até a sua casa, deitou-se no sofá  e decidiu: Sou jovem, quero viver para sobreviver à dor desta separação!! O que me aguarda é muito melhor do que acabo de perder. 
    Levantou-se e foi ao banheiro, tomou seu banho e depois, foi deitar-se em sua cama. No outro dia, suas feições estavam melhores. De posse de sua bolsa, do seu celular e o fone de ouvido, caminhava a passos largos rumo à escola.
   Num dado momento, tropeçou e caiu ao chão. Celular, bolsa, fone de ouvido e livros voaram. Alguém saiu-lhe ao encontro na ânsia de levantá-la daquela situação.
     --- Olha aqui moça!! Tome os seus pertences!! Se machucou?
     --- Não, não!! Foi somente um susto, nada mais!!
     --- Está tudo bem mesmo? Nisto, olharam-se longamente e ambos os olhos fixaram-se fortemente.
    --- Como te chamas?
    --- Lia!! E você?
    --- Pedro. 
    Ao ouvir o nome, a moça sentiu um soco no estômago, pois, o coração mais uma vez estava pronto para pregar-lhe outra peça. Caminharam juntos e , o que seguiu-se depois disto, ao destino pertence.
       
    
      
    

     

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