terça-feira, 12 de março de 2013

Poema tirado de uma notícia de jornal- Manuel Bandeira.


Aos meus queridos alunos da E.E.Prof.Roque Bastos e E.E.Dona Olímpia Falci-Ibiúna,SP. 1ªSéries A e B-Ensino Médio.

Da obra "Estrela da Vida Inteira", pág.136. e base didática no Caderno de Literatura 1- Currículo Oficial de Ensino do Estado de São Paulo

"João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro da
[Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado."



PALAVRA DO PROFESSOR:

Parece estranho este poema de Bandeira, mas genial em sua forma e composição.
Nele, o poeta trata de forma jornalística um fato inusitado, quebrando a rotina do cotidiano.Descreve-nos as várias ações praticadas pela personagem João Gostoso que canta, dança, bebe e morre.No entanto é válido ressaltar duas hipóteses nesta morte tão "misteriosa",por ter cometido o suicídio,devido aos problemas que o estavam atormentando ou pelo fato de estar bêbado, num descuido ocasional, ter caido na Lagoa Rodrigo de Freitas.O texto também é considerado poético por ter uma métrica, os três verbos separados em três versos, a forma abrupta com que o poeta ralata esta morte.
O poema propõe uma reflexão quanto ao uso de bebidas alcoólicas, aos exageros da vida , aos descuidos e deslizes que cometemos na vida, que dependendo das circusntâncias pagamos um preço mui alto: a perda desta vida. Pelas imagens a acima, percebe-se a beleza do lugar que se opõe à tragédia relatada por Bandeira, misturando tragicidade, informação e poesia, capazes de mexer com o âmago humano, modificando realidades.
Prof.Sérgio


Questões:(anotar no caderno e buscar resolver)

1- Por que o poema se chama Poema tirado de uma notícia de jornal ?
2- O que há nele de jornalístico e de poético?
3- Por que o lirismo chamado de namorador é raquíticoe sifilítico, em Poética?
4- Por que não há vírgulas separando os diversos termos no verso que fala de cossenos, no poema Poética?
* Pense, leia e analise com calma, pois, em outras aulas comentaremos isto!
Forte abraço!
Prof.Sérgio

segunda-feira, 11 de março de 2013

Alunos do Roque Bastos- 7ºAnos A e B, assistem importante filme indicado no Currículo Estadual, em 11 de março de 2013.


Prof.Sérgio apresenta aos alunos dos 7ºAnos A,B- Ensino Fundamental da E.E.Prof.Roque Bastos-2013, o filme " Narradores de Javé", uma das indicações do Currículo Oficial de Ensino do Estado de São Paulo, para a disciplina d Língua Portuguesa.



Na Situação de Aprendizagem 1- do 7ºAno temos a preocupação de conhecer os relatos autobiográficos, a sua estrutura e sua importância na história e na cultura de um povo.
Como indicação do próprio Currículo Oficial, os alunos assistiram a uma interessante história do Vale de Javé, onde os seus moradores estavam enfrentando uma situação muito complicada: uma usina hidreelétrica seria instalada na região e colocaria fim no vilarejo.
Revoltados com o mal iminente, os moradores descobrem que se quisessem salvar Javé, teriam que documentar os fatos da história de Javé. Este documento, que se trata de uma historiagrafia, teria um teor científico e convenceria aqueles que queriam a usina hidreelétrica.
Antônio Biá, antigo funcionário dos Correios, banido do local pelo fato de escrever cartas enganosas aos moradores, recebe a incumbência de escrever a famosa hostória de Javé. A sorte está lançada e, Biá se torna por ora importante cidadão. O problema é que cada habitante conta a história à sua maneira.Será que este documento terá peso científico sendo escrito de diversas formas? Será que quando uma empresa e autoridades presentes possuem um projeto que somente os privilégios proprios, os escritos e manofestações de seu povo podem de fato mudar uma realidade?
Por isso que temos que praticar o que temos de mais precioso: o exercício da palavra e suas manifestações de comunicação, pois, assim sendo, convenceremos alguém acerca daquilo que é bom ou ruim.
Prof.Sérgio

terça-feira, 5 de março de 2013

Aula de Literatura Comparada- aos meus alunos das 1ª A e B- Dona Olímpia Falci e 1ª A-Roque Bastos-Ibiúna-SP.




Soneto: Ao coração que sofre

Olavo Bilac

Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.

Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.

E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;

E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.



PALAVRA DO PROFESSOR;
Prezados alunos
Este poema (soneto) é bem diferente em relação ao poema Poética- de Manuel Bandeira, pois, Bilac produziu um texto preso às convenções clássicas, em moldes e metrificações. Bandeira por ser um poeta modernista se opunha aos valores clássicos e, demonstrou toda a sua insatisfação ao referir-se de um lirismo que não lhe trouxesse libertação e prazer. Notamos que este soneto de Bilac a estrutura é a de dois quartetos e dois tercetos, com dez sílabas poéticas, com rimas regulares (a,b,a,b); (a,b,a,b);(c,d,e);(c,d,e) e acentuação regular (acentos nas sílabas 3,6 e 9).O tema do poema é o amor(tema mais explorado da poesia em todos os tempos), a sintaxe se inverte (e mais eleva o coração de um homem), ou seja, artificializa-se em relação à fala cotidiana. O eu lírico se coloca em uma posição de sofrimento extremo, embora esse sentimento não se compare ao amor que sente pela pessoa a quem dedica o poema. Há grande herança do sentimento romântico, especialmente na forma como o eu lírico não valoriza somente a pessoa amada, mas também seu próprio sofrimento.Toda essa atmosfera difere em muito do Modernismo, que busca tornar mais informais a fala, as relações amorosas e os sentimentos, imprimindo-lhes carga crítica e irônica.
Compare os versos (cada linha do poema) dos poemas Poética e Ao coração que sofre e sem muito esforço poderemos perceber que em Poética, Manuel Bandeira escreveu de forma livre, sem rimas e sem nenhum compromisso com a poesia de forma fixa, a exemplo de Olavo Bilac.
Forte abraço!
Prof.Sérgio