quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Recomendações do Prof.Sérgio a todos os alunos para um melhor aproveitamento das aulas de Língua Portuguesa e Literatura para o ano de 2013.


Dicas importantes para os alunos para o melhor aproveitamento das aulas .



Para aprender qualquer conteúdo de qualquer disciplina, mas enfatizando a Língua Portuguesa e Literatura, os alunos do Ensino Fundamental e Médio deverão:
a- Prestar o máximo de atenção nas aulas, não se distrair por nada e com ninguém. Alguns assuntos poderão ser discutidos após a explicação da matéria pelo professor, ou nos momentos finais das aulas.
b- O respeito mútuo é elemento importante no processo ensino-aprendizagem: aluno x aluno x professor. Quando as pessoas deixarem de exercer este respeito em sala de aula, o ambiente se torna impróprio para a troca e aquisição de conhecimentos.
c- Na sala de aula, evite "gritar", o falar em tom baixo ou moderado sempre é mais indicado, pois, o dia a dia das salas de aula, tem estressado alunos e professores, dado o volume de som ou barulho produzido num espaço pequeno.O ouvido humano suporta um limite( 60 decibéis), o que passar disto pode comprometer a audição, o entendimento e o sistema nervoso.
d- Busque uma relação harmoniosa com todos, o que muito acontece que a estabilidade nas relações interpessoais fica comprometida quando a intolerância se manifesta. Procure ouvir para depois responder as pessoas, será o melhor remédio.
e- Evite discutir com o professor sem antes ouvi-lo. As intrigas entre alunos e professores se dão em primeiro momento quando o diálogo se torna nulo ou inexistente.
f- Antes de opinar ou fazer juízo, recorra à sua consciência: quem causou o problema? Você? O colega? O professor? Quem?
g- Ter dificuldades nas matérias não é errado. O que é condenável é a falta de interesse e respeito ao educador que ali está para ajudar os seus alunos a aprender e aprender com qualidade. Todo professor fica contente e estimulado a ensinar quando seus alunos perguntarm sobre a matéria e tiram as suas dúvidas.O que cansa e estressa um professor é relembrar a "educação" e o "respeito" que a família deve ensinar em casa. Professor não educa ninguém! Ele somente compartilha conhecimentos!
h- O uso indevido do celular em sala tem causado graves malefícios em sala de aula.Quando houver necessidade de uma consulta rápida na Internet, peça autorização ao professor. Tendo recebido a permissão, após o uso para pesquisas escolares em sala, desligue o seu aparelho ou mantenha-o no silencioso.
i- Relembrar os pais que não é legal ligar para você no momento das aulas.Evitar as situações de constrangimento para as pessoas é um dever de todos. Os pais poderão marcar com você o momento do intervalo das aulas para realizar estas ligações. Nas urgências, oriente-os a ligar no telefone da secretaria da escola.
j- Nas aulas com recursos tecnológicos ( com TV/DVD, computador, projetor, rádio, etc) coopere com o professor,para que o conteúdo seja trabalhado de forma satisfatória. A aula não é feita somente de lousa, giz, caderno e canetas. Vai muito além disto!
k- Leia constantemente, pesquisar outros fontes e materiais, pois, o período de permanência na escola é muito curto! Quem deseja ter um futuro promissor, deverá realizar bem a sua parte!
l- Não considerar o professor como um inimigo teu! Ele é somente o profissional capacitado para te ajudar na tua formação! Peça ajuda a ele sempre que precisar, mas não se iluda: o professor também precisa da tua ajuda!
m- Nas aulas expositivas, ouça primeiro o que o professor tem para dizer, após isto, faça as suas perguntas! Seja educado!!
n- Em aulas de leitura compartilhada, falar no seu momento e escutar o colega quando estiver realizando a leitura.
o- Realizar todas as tarefas de classe e de casa, o somente "copiar" a resposta que o professor coloca no quadro não ajudará você a desenvolver as suas capacidades. Faça as questões no intuito de participar, e lógico tentando acertar.Se errar não tem problema, o que importa é a força de vontade!
p- Usar computadores e internet para melhorar os seus conhecimentos! Somente o acesso a jogos e redes sociais não lhe darão as informações que fortalecerão a sua bagagem cultural!
q- Frequente as aulas com regularidade, aqueles que faltam ou matam aulas, pouco aprendem e abandonam sempre a escola. Observar os horários de entrada na escola e na sala de aula. Atrasos devem ser evitados, porque horários são feitos para serem respeitados!
r- Estude um pouco por dia, revisando as matérias explicadas. Não se mate de estudar na véspera das provas!!
Fazendo desta forma, o aprendizado será muito mais proveitoso e, a escola muito mais atrativa para você! Todos nós somos importantes e devemos respeitar as regras de convivência, zelando para a boa ordem e paz dentro dos muros escolares!
Forte abraço!!
Prof.Sérgio

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Morte e Vida Severina- continuidade aos alunos das 3ª séries A e B- da E.E.Prof.Roque Bastos-Ibiúna-SP,2013


"Cansado da viagem o Retirante pensa interrompê-la por uns instantes e procurar trabalho ali onde se encontra" (pág.52)

- Desde que estou retirando
só a morte vejo ativa,
só a morte deparei
e às vezes até festiva;
só morte tem encontrado
quem pensava encontrar vida,
e o pouco que não foi morte
foi de vida severina
(aquela vida que é menos
vivida que defendida,
e é ainda mais severina
para o homem que retira).
Penso agora: mas por que
para aqui eu não podia
e como o Capibaribe
interromper minha linha?
ao menos até que as águas
de uma próxima invernia
me levem direto ao mar
ao refazer sua rotina?
Na verdade, por uns tempos,
parar aqui eu bem podia
e retomar a viagem
quando vencesse a fadiga.
Ou será que aqui cortando
agora a minha descida
já não poderei seguir
nunca mais em minha vida?
(será que a água destes poços
é toda aqui consumida
pelas roças, pelos bichos,
pelo sol com suas línguas?
será que quando chegar
o rio da nova invernia
um resto da água do antigo
sobrará nos poços ainda?)
Mas isso depois verei:
tempo há para que a descida;
primeiro é preciso achar
um trabalho de que viva.
Vejo uma mulher na janela,
ali, que se não é rica,
parece remediada
ou dona de sua vida:
vou saber se de trabalho
poderá me dar notícia.




"Dirige-se à mulher na janela que depois descobre tratar-se de quem se saberá" (pág.54)

- Muito bom dia, senhora,
que nessa janela está;
sabe dizer se é possível
algum trabalho encontrar?
- Trabalho aqui nunca falta
a quem sabe trabalhar;
o que fazia o compadre
na sua terra de lá?
- Pois fui sempre lavrador,
lavrador de terra má;
não há espécie de terra
que eu não possa cultivar.
- Isso aqui de nada adianta,
pouco existe o que lavrar;
mas diga-me, retirante ,
que mais fazia por lá?
- Também lá na minha terra
de terra mesmo pouco há;
mas até a calva pedra
sinto-me capaz de arar.
- Também de pouco adianta,
nem pedra há aqui para amassar;
diga-me ainda, compadre,
que mais fazia por lá?
- Conheço todas as roças
que nesta chã podem dar:
o algodão, a mamona,
a pita, o milho, o caroá.
- Esses roçados o banco
já não quer financiar;
mas diga-me, retirante,
o que mais fazia lá?
- Melhor do que eu ninguém
sabe combater, quiçá,
tanta planta de rapina
que tenho visto por cá.
- Essas plantas de rapina
são tudo o que a terra dá;
diga-me ainda, compadre,
que mais fazia por lá?
- Tirei mandioca de chãs
que o vento vive a esfolar
e de outras escalavradas
pela seca faca solar.
- Isto aqui não é Vitória
nem é Glória do Goitá;
e além da terra, me diga,
que mais sabe trabalhar?
- Sei também tratar de gado,
entre urtigas pastorear:
gado de comer do chão
ou de comer ramas no ar.
- Aqui não é Surubim
nem Limoeiro, oxalá!
mas diga-me, retirante,
que mais fazia por lá?
- Em qualquer das cinco tachas
de um banguê sei cozinhar;
sei cuidar de uma moenda,
de uma casa de purgar.
- Com a vinda das usinas
há poucos engenhos já;
nada mais o retirante
aprendeu a fazer lá?
- Ali ninguém aprendeu
outro ofício, ou aprenderá:
mas o sol, de sol a sol,
bem se aprende a suportar.
- Mas isso então será tudo
em que sabe trabalhar?
vamos, diga, retirante,
outras coisas saberá.
- Deseja mesmo saber
o que eu dazia por lá?
comer quando havia o quê
e, havendo ou não, trabalhar.
- Essa vida por aqui
é coisa familiar;
mas diga-me retirante,
sabe benditos rezar?
sabe cantar excelências,
defuntos encomendar?
sabe tirar ladainhas,
sabe mortos enterrar?
- Já velei muitos defuntos,
na serra é coisa vulgar;
mas nunca aprendi as rezas,
sei somente acompanhar.
- Pois se o compadre soubesse
rezar ou mesmo cantar,
trabalhávamos a meias,
que a freguesia bem dá.
- Agora se me permite
minha vez de perguntar:
como a senhora, comadre,
- Vou explicar rapidamente,
logo compreenderá:
como aqui a morte é tanta,
vivo de a morte ajudar.
- E ainda se me permite
que lhe volte a perguntar:
é aqui uma profissão
trabalho tão singular?
- É, sim, uma profissão,
e a melhor de quantas há:
sou de toda a região
rezadora titular.
- E ainda se me permite
mais outra vez indagar:
é boa essa profissão
em que a comadre ora está?
- De um raio de muitas léguas
vem gente aqui me chamar;
a verdade é que não pude
queixar-me ainda de azar.
- E se pela última vez
me permite perguntar:
não existe outro trabalho
para mim neste lugar?
- Como aqui a morte é tanta,
só é possível trabalhar
nessas profissões que fazem
da morte ofício ou bazar.
Imagine que outra gente
de profissão similar,
farmacêuticos, coveiros,
doutor de anel no anular,
remando contra a corrente
da gente que baixa ao mar,
retirantes às avessas,
sobem do mar para cá.
Só os roçados da morte
compensam aqui cultivar,
e cultivá-los é fácil:
simples questão de plantar;
não se precisa de limpa,
de adubar nem de regar;
as estiagens a as pragas
fazem-nos mais prosperar;
e dão lucro imediato;
nem é preciso esperar
pela colheita: recebe-se
na hora mesma de semear.

Poema Poética-Manuel Bandeira.


Aos meus alunos das 1ª séries A e B- Olímpia Falci e 1ªsérie A- Roque Bastos-Ibiúna-SP, 2013.
O referido poema consta no livro "Estrela da Vida Inteira" e as atividades e informações adicionais constam no Caderno de Literatura-Volume 1, da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.



Poética
Manuel Bandeira


Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem-comportado
Do lirismo funcionário público com livro ponto expediente protocolo e
[manifestações de apreço ao sr.diretor

Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário o cunho ver-
[náculo de um vocábulo

Abaixo os puritas

Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.

De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com
[cem modelos de cartas ea as diferentes
[maneiras de agradar às mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.




PALAVRA DO PROFESSOR E SOLICITAÇÕES AOS ALUNOS:
(Anotar no caderno as informações que seguem e as questões que serão trabalhadas, conforme o Currículo Oficial de Ensino do Estado de São Paulo)


Atividade 1
Poética : No contexto do poema, a palavra poética refere-se a uma determinada concepção artística, um conjunto de ideias sobre a maneira de se praticar a poesia.Usada como título, indica uma profissão de fé de Manuel Bandeira em relação ao assunto.
Cunho vernáculo de um vocábulo : Refere-se à definição de uma palavra na chamada norma-padrão, conforme registrada nos dicionários.
Puristas: Aqueles que defendem o cuidado extremo no uso da língua de forma que ela permaneça sempre pura, livre de influências estrangeiras,de gírias e variantes linguísticas, entendidas como "erros" gramaticais.
Barbarismos: Na visão dos puristas, palavra de origem estrangeira.
Sintaxes de exceção: Usos não convencionais da sintaxe, segundo a norma-padrão.
Ritmos inumeráveis: Ritmos que não se enquadram em algum dos metros poéticos fixos, previstos para a construção do verso nos tratados de versificação.
Capitular: Render-se.
Pungente: Emocionante.
Clown : Palhaço (em inglês)

Atividade 2
Responder as seguintes questões no caderno, pois, as mesmas serão conferidas em sala com o professor.

1- Qual é o tema (ou quais são os temas) do poema?
2- O poema causa algum estranhamento? Se sim, de que tipo?
3- Há alguma intenção satírica no poema? Se há, qual(is)?
4- Há diferenças percebidas nas leituras feitas pelos alunos e pelo professor ? Quais são essas diferenças?

* Em outro momento de aula e neste espaço, o professor terá o prazer em continuar este trabalho literário.
* Outro ponto importante que facilita o processo de compreensão dos textos poéticos, é a pesquisa de outras palavras cujos significados são desconhecidos, não deixe então de reler o poema e anotar em seu caderno em forma de "vocabulário" tais palavras.








terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Morte e Vida Severina- continuidade aos alunos das 3ª séries A e B da E.E.Prof. Roque Bastos-Ibiúna-SP


Na casa a que o Retirante chega estão cantando excelências para um defunto, enquanto um homem, do lado de fora, vai parodiando as palavras dos cantadores

" - Finado Severino,
quando passares em Jordão
e os demônios te atalharem
perguntando o que é que levas...
- Dize que levas cera,
capuz e cordão
mais a Virgem da Conceição.
- Finado Severino,
etc...
- Dize que levas somente
coisas de não:
fome, sede, privação.
- Finado Severino,
etc...
- Dize que coisas de não,
ocas, leves:
como o caixão, que ainda deves.
- Uma excelência
dizendo que a hora é hora.
- Ajunta os carregadores
que o corpo quer ir embora.
- Duas excelências...
- ... dizendo é a hora da plantação.
- Ajunta os carregadores...
- ... que a terra vai colher a mão. "

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Morte e Vida Severina. Clássico nacional. Filme completo.

Alunos do 6º Ano C- da E.E.Dona Olímpia Falci iniciam leitura de livro nas aulas de Língua Portuguesa.


Prof.Sérgio inicia com seus alunos a leitura do livro:" Pobre corinthiano careca "- de Ricardo Azevedo,no dia 08 de fevereiro de 2013.


Os alunos do 6º Ano C do Ensino Fundamental da E.E.Dona Olímpia Falci- Ibiúna-SP, iniciaram a leitura paradidática do livro que fala das relações de um menino muito peralta e complexo, chamado José Pedro, pobre e torcedor fanático do Corinthians.
A importância da leitura de livros atrativos para as nossas crianaças é fundamental para a melhoria da escrita e compreensão de textos, além do aumento do vocabulário e ideias. O livro foi escolhido para aproximar cada vez mais a realidade para a vida de nossos alunos e, a literatura como arte da palavra tem um excelente poder transformador.
No dia 8 passado foram lidos para os alunos três capítulos iniciais da obra, onde o autor já retrata a personagem José Pedro que causa fortes dores de cabeça ao professor de educação física, ao mandar várias bolas para fora da quadra da escola. Há também a citação que José Pedro vive na diretoria da escola. O Prof.Sérgio debateu com os alunos após a leitura sobre a importância de respeitar as regras escolares e, que lugar de aluno é dentro da sala de aula para aprender.Aqueles que não se aplicam nos estudos e ficam desapercebidos, podem ter problemas com professores e com a direção.
Houve também a citação que José Pedro chutou a quarta bola para fora da quadra e foi buscá-la a contragosto do professor. Neste trecho José Pedro escala o muro e pula num telhado atrás da bola e... o teto afunda. José Pedro cai. Nisto há de se lembrar a questão de não se arriscar, pois, dependendo das circusntâncias as consequências podem ser perigosíssimas.
A leitura do livro será sequencial e semanal , o Prof.Sérgio realizará debates e outras atividades de compreensão, escrita e conscientização com os seus alunos, por isso, é importante que os mesmos não faltem das aulas.







Morte e Vida Severina- continuação da leitura da obra para os alunos das 3ª séries A e B da E.E.Prof.Roque Bastos-Ibiúna-SP, 2013.



Da obra de João Cabral de Melo Neto, págs.47 a 50- Editora Nova Fronteira- ed.2000.

" Encontra dois homens carregando um defunto numa rede, aos gritos de: "Ó irmãos das almas! Irmãos das almas! Não fui eu que matei não!" "

- A quem estais carregando,
irmãos das almas,
embrulhado nessa rede?
dizei que eu saiba.
- A um defunto de nada,
irmão das almas,
que há muitas horas viaja
à sua morada.
- E sabeis quem era ele,
irmãos das almas,
sabeis como ele se chama
ou se chamava?
- Severino Lavrador,
irmão das almas,
Severino Lavrador
mas já não lavra.
- E de onde que o estais trazendo,
irmãos das almas,
onde foi que começou
vossa jornada?
- Onde a Caatinga é mais seca,
irmão das almas,
onde uma terra que não dá
nem planta brava.
- E foi morrida essa morte,
irmãos das almas,
essa foi morte morrida
ou foi matada?
- Até que não foi morrida,
irmão das almas,
esta foi morte matada,
numa emboscada.
- E o que guardava a emboscada,
irmãos das almas,
e com que foi que o mataram,
com faca ou bala?
- Este foi morto de bala,
irmão das almas,
mais garantido é de bala,
mais longe vara.
- Equem foi que o emboscou,
irmão das almas
quem contra ele soltou
essa ave-bala?
- Ali é difícil dizer,
irmão das almas,
sempre há uma bala voando
desocupada.
- E o que havia ele feito
irmãos das almas,
e o que havia ele feito
contra a tal pássara?
- Ter uns hectares de terra,
irmão das almas,
de pedra e areia lavada
que cultivava.
- Mas que roças que ele tinha,
irmãos das almas,
que podia ele plantar
na pedra avara?
- Nos magros lábios de areia,
irmão das almas,
dos intervalos das pedras,
plantava palha.
- E era grande sua lavoura,
irmãos das almas,
lavoura de muitas covas,
tão cobiçada ?
- Tinha somente dez quadras,
irmão das almas,
todas nos ombros da serra,
nenhuma várzea.
- Mas então por que o mataram,
irmãos das almas,
mas então porque o mataram
com espingarda ?
- Queria mais espalhar-se,
irmão das almas
queria voar mais livre
essa ave-bala
- E agora o que passará,
irmãos das almas,
o que é que acontecerá
contra a espingarda?
- Mais campo tem para soltar,
irmão das almas,
tem mais onde fazer voar
as filhas-bala.
- E onde o levais a enterrar,
irmãos das almas,
com a semente do chumbo
que tem guardada?
- Ao cemitério de Torres,
irmão das almas,
que hoje se diz Toritama,
de madrugada.
- E poderei ajudar,
irmão das almas?
vou passar por Toritama,
é minha estrada.
- Bem que poderá ajudar,
irmão das almas,
é irmão das almas quem ouve
nossa chamada.
- E um de nós pode voltar,
irmão das almas,
pode voltar daqui mesmo
para sua casa.
- Vou eu, que a viagem é longa,
irmãos das almas,
é muito longa a viagem
e a serra é alta.
- Mais sorte tem o defunto,
irmãos das almas,
pois já não fará na volta
a caminhada.
- Toritama não cai longe,
irmão das almas,
seremos no campo santo
de madrugada.
- Partamos enquanto é noite,
irmão das almas,
que é o melhor lençol dos mortos
noite fechada."

COMENTÁRIO DO PROFESSOR: Neste trecho o persongem Severino encontra com um esquife, onde levam um defunto que foi morto por uma emboscada e ferido à bala. Um dos que levam o corpo estabelece uma interlocução com a personagem Severino, o que na língua escrita fica evidente pela presença do travessão. Aos poucos Severino vai conhecendo melhor o fato e entende-se que ele demonstra interesse em ajudar a levar o corpo ao seu destino final que é o cemitério de Torres ou Toritama, lugar muito longíquo.
Interessante é observar que o termo "irmão das almas" sempre se repete ao longo da estrofe e se refere a Severino, enquanto que "irmãos das almas" se refere às outras pessoas que participam do cortejo fúnebre.Pelas citações entendemos o alto grau de dramaticidade em face à razão ou motivo da morte de "Severino Lavrador". O motivo bem fútil mas considerável devido à seca e miséria do lugar, porque Severino Lavrador possuía uma pequena propriedade com um roça humilde, que para os demais que não tinham e estavam em situações mais precárias, era um motivo de disputa pela sobrevivência. Pode considerar a possibilidade deste crime ser visto como uma forte questão de sobrevivência e, que daria margem para outros crimes da mesma natureza acontecessem com mais frequência. Severino propõe ajuda aos que levam o corpo, pois, faria o mesmo caminho. No meio da enorme tristeza de todos,pode-se perceber a solidariedade,a compaixão e o amor ao próximo, peculiar aos seres humanos que vivem em situações semelhantes.
Prof.Sérgio Luiz de Mello









quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Alunos das 1ªséries do Ensino Médio-A e B da E.E.Dona Olímpia Falci e 1ªsérie A- da E.E.Prof.Roque Bastos -Ibiúna-SP, iniciam estudos literários a partir das obras de Manuel Bandeira.


Prof.Sérgio iniciou estudos literários com os alunos das 1ª séries do Ensino Médio das escolas em que trabalha, pela obra "Estrela da Vida Inteira"- de Manuel Bandeira, de acordo às sugestões de trabalho do Caderno de Literatura 1, da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo.

Os alunos da E.E.Dona Olímpia Falci e E.E.Prof.Roque Bastos iniciaram seus estudos literários a partir do grande poeta Manuel Bandeira, por uma de suas importantes obras; Estrela de uma Vida Inteira. Este volume foi distribuído anos anteriores pela SEE-SP no Kit de Leitura- Apoio ao Saber, mas também faz parte do acervo das bibliotecas escolares pelo PNBE-MEC/FNDE.
Como os alunos da série estão iniciando uma nova fase escolar, isto é, o Ensino Médio, o Prof.Sérgio começou pela definição do significado do que é Literatura.(A arte da palavra).
Depois de outros comentários pertinentes, o Prof.Sérgio leu e explanou o poema "Mulheres" onde o poeta faz uma interessante homenagem, destacando as bonitas, as simpáticas e até mesmo as feias.
Vamos conhecer este instigante e curioso poema:
MULHERES
Como as mulheres são lindas!
Inútil pensar que é do vestido...
E depois não há só as bonitas:
Há também as simpáticas.
E as feias, certas feias em cujos olhos vejo isto:
Uma menininha que é batida e pisada e nunca sai da cozinha.

Como deve ser bom gostar de uma feia!
O meu amor porém não tem bondade alguma.
É fraco! fraco!
Meu Deus, eu amo como as criancinhas...

És linda como uma história da carochinha...
E eu preciso de ti como precisava de mamãe e papai
(No tempo em que pensava que os ladrões moravam no morro
[ atrás de casa e tinham cara de pau).



COMENTÁRIO: Bandeira não deixa ninguém fora desta homenagem, pois, cita as bonitas, as simpáticas e as feias. Ressalta que a beleza em si não está no vestuário, vai muito além disto. Apresenta no entanto, uma visão um tanto contraditória a cerca das feias: são menininhas, pessoas mais fragilizadas , que de certa forma são mais oprimidas, castigadas e obrigadas a realizar trabalhos mais pesados e de menor reconhecimento. Será que hoje, estas palavras seriam coerentes?
Menciona que é bem provável que seja melhor gostar de uma feia, no sentido de não muito trabalho e ciúmes em relação às especulações de outras pessoas.Confessa que seu amor por esta mulher é fraco, sem nenhuma bondade, talvez por não precisar se esforçar em amar tal mulher, em virtude da inexistência da beleza.Porém, o seu amor é puro, como o amor de criancinhas.
Esta mulher se torna linda, talvez com uma beleza boba como uma história da carochinha,infantil e ingênuo demais, mas o poeta, afirma que precisa muito desta mulher, tal como precisava de seus pais, mencionando que era no mesmo tempo em que não conhecia seus vizinhos, sendo eles na verdade ladrões sem nenhum caráter ou valor.








Alunos das 3ª séries A e B-da E.E.Prof.Roque Bastos, iniciam bem o ano letivo, tendo aulas reais de Literatura Brasileira, segundo orientações do Currículo Oficial de Ensino de São Paulo, nas aulas ministradas pelo Prof.Sérgio


Prof.Sérgio inicia leitura de Morte e Vida Severina - de João Cabral de Melo Neto, consoante o Caderno de Literatura 2,da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, para alunos das 3ªséries A e B, nos dias 07 e 08 de fevereiro de 2013.


As aulas de Literatura já não mais as mesmas depois que Prof.Sérgio e seus alunos aceitaram o desafio de entrar de cabeça no mundo da leitura. Preocupado com a formação e preparação dos alunos das 3ª séries A e B da E.E.Prof.Roque Bastos-Ibiúna-SP, Prof.Sérgio decidiu adotar a leitura de obras literárias como conteúdo de ensino obrigatório aos seus alunos, paralelamente com o conteúdo de Língua Portuguesa- do Currículo Oficial de Ensino de São Paulo.
No dia 07 de fevereiro, os alunos da 3ªsérie A, sala 2, ouviram a leitura do professor da parte introdutória da obra. Os alunos da 3ª série B realizarão a atividade de leitura paradidática no dia 08 de fevereiro.
Conforme foi acertado em sala com os alunos da 3ª série A, o Prof.Sérgio mencionou que faria menção de comentários que poderiam ajudá-los mais na compreensão das partes da obra; seguem as orientações :

O retirante explica ao leitor quem é e a que vai

Retirante é o termo que designa o sertanejo que se retira do lugar onde vive, em virtude das suas muitas dificuldades em face à seca e miséria.
Severino é a personagem que se apresenta como um dos muitos severinos existentes naquela região. Para exemplifica-se melhor, ele se institula "Severino de Maria", mas novamente precisa de mais qualificadores, dado a falta de opinião ou palpite das famílias em dar nomes iguais aos seus filhos. Severino diz então que é de Maria, do finado Zacarias, porém, novamente ele próprio cita que há ainda muitos serverinos de marias por ali, e revela-nos a eterna ausência de identidade do nordestino, certamente devido às condições sócio-econômicas enfrentadas na região.
Severino fala também das características biológicas e pessoais que todos os nordestinos possuem , entre elas a de ter "cabeça grande" que se equilibra num corpo de ventre ou barriga crescido e pernas finas. Neste ponto temos a referência da má nutrição do sertanejo, em razão da fome, proveniente da miséria que se liga à condição miserável do homem. Outra citação muito legal e curiosa é quando Severino menciona que os serverinos possuem sangue de pouca tinta, prova clara que o nordestino não tinha uma boa saúde,sendo anêmico, com pouca pigmentação no sangue, resultante da subnutrição ou inanição.
Concluindo esta parte inicial do poema dramático, Severino fala também da igualdade de todos os serverinos no momento funéreo, morrem de emboscadas, tocais ou armadilhas, artimanhas que muitos sertanejos promovem entre si, de fome, de velhice, tudo mortes severinas. Há a citação do trabalho desenvolvido por eles, que é de "abrandar estas pedras" fazendo então a referência de tentar em vão um cultivo de alguma cultura, porém o que se obtem é um suor em cima das pedras na tentativa de suscitar terra boa para o cultivo de seus alimentos.

Refletindo prezado aluno sobre esta apresentação do poema dramático de João Cabral de Melo Neto, podemos nos considerar bem aventurados em nossas vidas, e que os nossos problemas diminuem em comparação às vidas nordestinas de muitos Severinos.

* As leituras da obra de João Cabral de Melo Neto, sempre ocorrerão na aula das quintas-feiras, não falte neste dia, certo querido aluno?
Forte abraço a todos!
Prof.Sérgio


IMPORTANTE: Esta é uma versão de várias leituras que podemos fazer, cada leitor poderá inserir e deduzir mais significados ao texto, pois, o mesmo não possui uma única verdade.

Outras imagens que se ligam à obra. Entre tantas existe uma em particular que é a obra artística de Cândido Portinari, grande pintor brasileiro, que retrata a condição miserável dos retirantes nordestinos. A obra se chama: "Os retirantes". É extraordinária a ligação da Literatura com a pintura e outras manifestações artísticas.













quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Alunos dos 7ºAnos A e B- Roque Bastos e 7ª série A- Dona Olímpia Falci, iniciam atividades do Projeto "O gênio do crime".


Prof.Sérgio iniciou em 06 de fevereiro de 2013 uma das atividades do Projeto "O gênio do crime"- do Prodesc 2013, da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo. Com a turma do 7ºAno B do Ensino Fundamental foi desenvolvida a leitura dos três capítulos inciais da obra literária de João Carlos Marinho.
O Projeto tem por finalidade aprimorar as competências leitora e escritora dos educandos.O objetivo do professor é desenvolver assiduamente a leitura como conteúdo de ensino nas aulas de Língua Portuguesa. Os alunos do 7ºAno A farão as mesmas atividades, nas aulas seguintes.Os alunos da 7ª série A-EF, da E.E.Dona Olímpia Falci também iniciaram a leitura da obra e se mostraram bastante motivados e participativos nas aulas, o que deixou o Prof.Sérgio muito feliz e animado.
Após a leitura dos capítulos iniciais, os alunos realizaram questões de interpretação e compreensão dos textos lidos.Houve bastante participação dos alunos do 7ºAno B, a expectativa do professor é que os alunos do 7ºAno A participem com o mesmo empenho dos outros.
O Projeto é anual e os livros foram adquiridos em 2011 com a verba específica do Prodesc-Secretaria de Estado da Educação de São Paulo. " O meu objetivo é estimular ao máximo a leitura, pois, amargamos o último lugar no raking mundial em leitura e, deixar claro a todos que a escola pública é tão boa quanto as outras, basta cada um de nós a valorizarmos e mostrarmos os talentos nela existentes"- afirma Prof.Sérgio. No entanto, é necessário que cada integrante faça a sua parte com dedicação e consciência!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Contrato Pedagógico-Prof.Sérgio- E.E.Prof.Roque Bastos / E.E.Dona Olímpia Falci-Ibiúna-SP, 2013


Contrato Pedagógico- Prof.Sérgio Luiz de Mello-2013. Língua Portuguesa e Literatura Brasileira
E.E.Prof.Roque Bastos /E.E.Dona Olímpia Falci - Ibiúna-SP.

1- Do compromisso do professor com os alunos e com a Educação Brasileira;
O professor diante dos propósitos da Educação Básica Pública e da Secretaria de Estado de Educação de São Paulo, com base na ética e transparência, respeitando os valores culturais e sociais de seus alunos, dos Ensinos Fudamental e Médio, enfatizará que buscará sempre tratá-los com urbanidade, educação, cordialidade e empenho nas relações interpessoais no processo ensino-aprendizagem, ajudando-os na superação de seus limites, na aquisição de novos conhecimentos e no aperfeiçoamento de outros, visando o sucesso e a plena realização pessoal.

2- Do compromisso do aluno
O aluno terá que assumir as responsabilidades com a sua vida, com a sua formação, com a sua carreira, com a família que representa e escola a que pertence, sendo partícipe ativo do processo ensino- aprendizagem, buscando desenvolver o que lhe é proposto, podendo discutir , dialogar sobre os critérios de avaliação e condução do Currículo Oficial de Ensino do Estado de São Paulo, dentro dos princípios da boa educação e civilidade, preparando-se assim para o pleno exercício da cidadania, cumprindo fielmente os seus deveres a fim de conquistar os seus direitos e, avançar nos seus estudos básicos com qualidade, objetivando a acessibilidade ao Ensino Superior e a uma carreira profissional digna.

3- Ações que não devem ser praticadas no dia a dia das aulas;

a- Comer e beber dentro da sala de aula, no momento delas;
b- Usar o celular em sala de aula, obedecendo as leis vigentes sobre o assunto, salvo se o mesmo for utilizado para fins pedagógicos, com indicação aprovatória do professor;
c- Deixar ou ignorar as normas de convivência estabelecida pela escola e professor;
d- Deixar de respeitar os colegas,professores, gestores e funcionários da escola;
e- Usar de violência física e verbal com colegas e professor;
f- Sujar, depredar o ambiente escolar e difamar a escola, sob possibilidade de ser responsabilizado civil e penalmente;
g- Subtrair ou tomar sem ordem de outrem, quaisquer objetos, didáticos ou não;
h- Pronunciar palavras de baixo calão, que ofenda a moral e os bons costumes, dentro ou fora da sala de aula;
i- Entrar atrasado no começo das aulas ou após o intervalo das mesmas;
j- Matar aulas;
k- Usar de racismo, preconceito ou bullying com qualquer colega, professor e demais funcionários.

5-Sugestões para um bom andamento escolar;

a- Realizar todas as tarefas propostas pelo professor em classe ou as que devem ser realizadas em casa;
b- Revisar os conteúdos trabalhados em sala semanalmente;
c- Ler livros sugeridos pelo professor ou outros que possam enriquecer a bagagem cultural;
d- Estabelecer rotinas de estudos;
e- Comportar-se com decência e educação no momento da explicação da matéria pelo professor;
f- Não faltar em excesso nas aulas;
g- Repor as faltas excedidas;
h- Zelar do material escolar;
i- Pedir explicação ou revisão dos conteúdos não compreendidos ao professor;
j- Participar ativamente e criticamente das aulas;
k- Não promover indisciplina em sala, com gritarias e algarras, valorizar o tom de fala ponderada.

" Bom ano letivo a você! Muito sucesso e felicidades"!


Ibiúna-SP 05 de fevereiro de 2013.

Sérgio Luiz de Mello
Professor de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira
Ensinos Fundamental e Médio
E.E.Prof.Roque Bastos
E.E.Dona Olímpia Falci - Ibiúna-SP
Delegacia Regional de Ensino da Região de São Roque
Governo do Estado de São Paulo
Secretaria de Estado da Educação

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Poema: Escola é - Paulo Freire


Escola é
... o lugar que se faz amigos.
Não se trata só de prédios, salas, quadros,
Programas, horários, conceitos...
Escola é sobretudo, gente
Gente que trabalha, que estuda
Que alegra, se conhece, se estima.
O Diretor é gente,
O Coordenador é gente,
O Professor é gente,
O Aluno é gente,
Cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor
Na medida em que cada um se comporte
Como colega, amigo, irmão.
Nada de "ilha cercada de gente por todos os lados"
Nada de conviver com as pessoas e depois,
Descobrir que não tem amizade a ninguém.

Nada de ser como tijolo que forma a parede, Indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,
É também criar laços de amizade,É criar ambiente de camaradagem,
É conviver, é se "amarrar nela"!
Ora é lógico...
Numa escola assim vai ser fácil! Estudar, trabalhar, crescer,
Fazer amigos, educar-se, ser feliz.
É por aqui que podemos começar a melhorar o mundo.



Desejo a todos os meus queridos alunos da E.E.Prof.Roque Bastos e E.E.Dona Olímpia Falci - Ibiúna-SP, um ótimo ano letivo, carregado de bênçãos de Deus,com muita paz, saúde e alegria!!
Prof.Sérgio Luiz de Mello
Língua Portuguesa e Literatura Brasileira